Mulher-correndo

Exercício previne aumento de gordura após lipoaspiração

A lipoaspiração tende a desencadear um mecanismo de reposição de gordura no organismo

São Paulo – A lipoaspiração tende a desencadear um mecanismo de reposição de gordura no organismo. Não no mesmo local de onde o tecido adiposo foi retirado, mas entre os órgãos.

A gordura subcutânea retirada, portanto, dá lugar à gordura visceral, que é o tipo mais prejudicial à saúde. A pesquisadora Fabiana Braga Benatti, da Escola de Educação Física e Esporte da USP, descobriu que a adoção de uma rotina de exercícios físicos após a cirurgia é capaz de prevenir esse mecanismo compensatório.

Participaram do estudo 36 mulheres sedentárias de 20 a 35 anos que se submeteram à lipoaspiração abdominal. Dois meses após a cirurgia, as voluntárias se dividiram em dois grupos: metade passou a fazer exercícios três vezes por semana e a outra metade permaneceu sedentária.

O programa de exercícios adotado pelas participantes do estudo – que consistia de alongamento, exercícios aeróbicos e de força, com duração que variava de 60 a 90 minutos – foi seguido durante 16 semanas.

“Observamos que, seis meses após a cirurgia, as mulheres que não treinaram não tiveram um retorno daquela gordura que foi retirada, que é a subcutânea. Porém, tiveram um crescimento compensatório de gordura visceral, o que não ocorreu com as mulheres que treinaram”, diz Fabiana.

De acordo com o estudo, esse crescimento compensatório é provocado pela queda do gasto energético total das pacientes sedentárias e não pelo aumento do consumo alimentar.

A quantidade de gordura subcutânea e visceral antes e depois da lipoaspiração foi medida por exames de tomografia computadorizada realizados no Hospital 9 de Julho, com quem os pesquisadores firmaram parceria.

A gordura visceral é a responsável por aumentar os riscos de doenças cardiovasculares e também está associada com o surgimento da diabete.


Compensação

Fabiana explica que esse processo de recuperação tende a acontecer porque a gordura não é inerte. “Quando se retira uma grande quantidade de gordura de repente, ela tende a se recuperar. O corpo luta contra essa perda”, diz. Seu grupo de pesquisa já havia constatado esse mesmo processo em ratos.

O cirurgião plástico José Horácio Aboudib, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que o processo de recuperação da gordura após a lipo só ocorre se o paciente aumentar de peso. “Como as células adiposas foram retiradas do tecido adiposo subcutâneo, há uma tendência, se houver aumento de peso, de aumentar a gordura visceral. Se a paciente mantiver o peso, fica como estava após a cirurgia”, diz.

Ele afirma que, além da prática de exercícios físicos, outro fator que contribui para melhores resultados da lipoaspiração é o paciente estar próximo de seu peso ideal antes do procedimento. “A lipoaspiração ideal tem o objetivo de tirar gordura localizada e não de emagrecer”, diz Aboudib. Por isso, a cirurgia não deve ser recomendada para obesos ou para pessoas que não estão em boas condições de saúde.

O cirurgião plástico Alan Landecker, autor do livro Cirurgia Plástica: Manual do Paciente, acrescenta que a lipoaspiração deve ser cogitada somente em casos de pessoas que não conseguiram perder a gordura localizada por meio de alimentação adequada e prática de exercícios. “Após a cirurgia, se o paciente continuar comendo direito e aderir a um programa rígido de educação física, ele só tem benefícios e não é observada essa compensação”, diz o médico.

Landecker observa que, na prática de exercícios pós-lipoaspiração, a musculação é muito importante porque promove o aumento do gasto de calorias. “Quanto mais massa magra no corpo, mais calorias você gasta.” O fortalecimento dos músculos também é importante para manter a pele mais firme. “A pele tem ligações com a musculatura. Quanto mais forte, mais a pele vai ser puxada pelo músculo”, diz. Os exercícios aeróbicos também são essenciais para a perda de peso e para promover a saúde.


A prática começa a ser liberada após 15 dias da cirurgia, mas apenas para exercícios mais leves. Práticas mais intensas podem ser feitas, sob autorização médica, após um mês.

Para Fabiana, a mensagem principal do estudo é que os candidatos à lipoaspiração devem ter a consciência de que a gordura pode retornar depois da cirurgia, caso as recomendações médicas não sejam seguidas adequadamente.

“E se, mesmo assim, optarem por se submeter à cirurgia, que entendam a enorme importância de fazer exercícios depois do procedimento” alerta a educadora física.

Popular

A lipoaspiração foi a cirurgia plástica mais realizada em 2011, de acordo com levantamento feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) em conjunto com a SBCP. Em 2011, 211.208 lipoaspirações foram realizadas no Brasil.

No mesmo ano, foram 148.962 cirurgias de prótese de silicone nas mamas, que havia sido a mais realizada em 2007, ano do último levantamento. O mesmo estudo aponta que o número de cirurgias plásticas passou de 629.287, em 2008, para 905.124, em 2011, aumento de 43,8%. 

Fonte: Exame

Lipoaspiração

5 Mitos sobre cirurgia plástica

São Paulo – Atrás somente dos Estados Unidos, o Brasil é vice-campeão entre os países que mais fazem cirurgias plásticas no mundo. Segundo os dados mais recentes da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), mais de 2 milhões de procedimentos são feitos por aqui anualmente. 

Entre as intervenções, a lipoaspiração e o aumento das mamas aparecem como as cirurgias mais realizados no país.

Engana-se, no entanto, quem acha que as mulheres são as que mais fazem cirurgias. Muitos homens também realizam procedimentos com a intenção de corrigir algo que incomoda e assim melhorar a autoestima.   

A pedido de Exame.com, o cirurgião Leandro Ventura, do Instituto Ivo Pitanguy, listou 5 mitos sobre cirurgia plástica. Veja abaixo quais são eles:

1 – Cirurgia plástica estética não requer preparação prévia

Segundo Ventura, em qualquer intervenção eletiva – como é o caso da maioria das cirurgias plásticas – deve-se avaliar o paciente como um todo. Logo na primeira consulta, antes de aprofundar a conversa em torno das queixas que levaram à procura do cirurgião plástico, é necessário conhecer o histórico do paciente, analisando cuidadosamente sua saúde geral.

2 – Sedentarismo e uso de medicamentos não interferem na realização e no sucesso da cirurgia

Obesidade, sedentarismo, comorbidades (presença ou associação de duas ou mais doenças no mesmo paciente), uso de medicações ou substâncias que aumentariam o risco de eventos tromboembólicos, como anticoncepcional oral ou outros hormônios, e até mesmo o tabagismo podem interferirmos procedimentos.

3 – Lipoaspiração ajuda a perder peso

De acordo com Ventura, existem limites de segurança para o volume a ser lipoaspirado. Ela é indicada nos casos de gordura localizada, que dificilmente desaparece – apesar de atingido o peso ideal. Além disso, a gordura retirada pode ser utilizada para preenchimento de outras áreas, auxiliando na harmonização do contorno corporal.

4 – Alguns procedimentos, como abdominoplastia, são indicados somente para mulheres

Por conta da gestação, a correção da flacidez na região do abdômen feita pela abdominoplastia é mais procurada por mulheres, mas tal procedimento não é exclusivo delas. Ventura pondera que as mulheres ainda são maioria na busca por cirurgias plásticas, mas cada vez mais os homens têm buscado melhorias.

“Talvez por machismo, se criou a cultura de que os homens deveriam se aceitar como são, mas as coisas estão mudando e hoje já homens que fazem cirurgias para corrigir o nariz, preenchimento de rugas e até a plástica na barriga”, explica o especialista.

5 – Cirurgia plástica não tem relação com transtornos mentais e autoestima
Para Ventura, pacientes que procuram cirurgias plásticas trazem transtornos tão ou mais importantes que as doenças orgânicas. “É importante observar que algumas cirurgias não são só estéticas. A de mamas nas mulheres e a ginecomastia nos homens são bons exemplos”, explica.

Segundo ele, é ainda importante ressaltar que, apesar de a cirurgia plástica realmente ser fator importantíssimo na melhora da autoestima, objetivando atenuar desconfortos físicos, as expectativas podem ser frustrantes, caso a cirurgia seja indicada em casos de transtornos mascarados por queixas físicas.

“O ser humano é complexo e se comunica de diferentes formas. Muitas vezes, deposita em detalhes corporais importância e responsabilidade irreais, por desequilíbrios da realidade mentais. Por isso, é importante se perguntar: Qual é a sua queixa?”, afirma.

Antes de optar por uma cirurgia, Ventura sugere ao paciente fazer as seguintes perguntas a si mesmo: Até que ponto de fato sua felicidade (ou a ausência dela) depende desse detalhe? Sua autoimagem é coerente? Condiz com a realidade? “

“Reflita. Repense. Entenda-se melhor. Aceite-se mais. E, se após este processo de amadurecimento ainda houver espaço para reparos, harmonizações, embelezamentos responsáveis, conte conosco, cirurgiões plásticos”.

 

Fonte: Exame

rosto

Brasil registra aumento no número de cirurgias no rosto

Chamado ‘Efeito Zoom’ tem incentivado cirurgias plásticas entre jovens após a popularização de reuniões virtuais por causa da pandemia da Covid-19.

Brasil tem registrado um crescimento expressivo de cirurgias no rosto e a explicação para este aumento pode estar no contexto global de popularização das reuniões virtuais por causa da pandemia da Covid-19. Em entrevista à Jovem Pan News, a biomédica Kézia Penteado, que divulgou seu procedimento estético em vídeos na internet, relatou o descontentamento com o próprio visual e como foi se submeter a uma rinomodelação: “Eu tinha uma ‘batatinha’ só. Então me incomodava na hora de sorrir, parecia que só tinha uma bolinha no meio do rosto. Mas nunca procurei saber uma forma de melhorar isso, a não ser fazer uma cirurgia plástica”.

“Aí foi quando eu conheci o doutor Wendell e descobri que não precisaria fazer uma cirurgia e sim uma rinomodelação, que é só enxertar um produto para melhorar essa estética que tanto me incomodava. Ele faz uma simulação e te mostra como vai ficar o nariz, se era do meu agrado, se era isso que eu sonhei. E era tudo o que eu sonhei em uma simulação”, declarou. Entre os procedimentos que mais cresceram no país está a rinoplastia, que aperfeiçoa os traços faciais, aprimora a proporção do nariz e também pode corrigir dificuldades respiratórias. Em diversos países esse método tem sido buscado principalmente por pessoas com menos de 34 anos de idade, segundo dados da Academia Americana de Cirurgia Plástica.

Muitas celebridades e influenciadores, que estão sempre em visibilidade, querem requintar a parte estética e minimizar os sinais de envelhecimento. O aperfeiçoamento da face também é reflexo da era das redes sociais, selfies e reuniões virtuais, que se tornaram comuns durante a pandemia da Covid-19. O chamado “Efeito Zoom” tem incentivado cirurgias plásticas entre jovens. A especialista em comportamento humano Branca Barão falou sobre essa mudança de paradigma.

“Se a gente pensar que agora a gente anda muito mais falando pelo vídeo e convivendo pelo vídeo, a gente também se olha muito mais. Antes eu estava em uma reunião e eu estava preocupada com o que eu ia dizer, com aquilo que eu ouvia. Claro que eu queria parecer bonita, bem apessoada e chique, mas eu não estava me olhando o tempo inteiro. Eu chamo isso de ‘Efeito Zoom’. Então, como eu fico o dia inteiro em reunião olhando para a minha própria cara está muito mais fácil achar os, entre aspas, ‘defeitos’. Ou de botar defeito em mim mesma”, explicou.

As mulheres que buscam esse tipo de intervenção estética são maioria, porém aproximadamente 25% dos pacientes são homens. Pouco mais de uma década atrás esse número não chegava a 5%. O cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein, Wendell Uguetto, indica que houve uma explosão de cirurgias no pós-pandemia devido à demanda reprimida: “Brasil e os Estados Unidos são campeões em cirurgias plásticas estéticas. Em 2020, os EUA passaram absurdamente o Brasil. Nós ficamos com 1,3 milhão de cirurgias e os EUA mais de 1,5 milhão”.

“Isso por causa do cenário da pandemia. Aqui nós tivemos um lockdown muito mais severo que lá. Em 2021, nós tivemos uma demanda reprimida de pacientes aqui no Brasil. Então nós superamos os EUA em muito. Ano passado foram mais de 1,5 milhão de cirurgias plásticas”, detalhou. Thiago Marra, que também é cirurgião plástico, afirmou que os procedimentos estão muito avançados e seguros atualmente: “A evolução da técnica cirúrgica para ser feita de forma menos invasiva com a estruturação do nariz, por exemplo, com enxerto de cartilagem vem melhorando os resultados e também fazendo com que os pacientes procurem mais”.

“A gente sempre busca conscientizar os pacientes de que perfeição não existe. A gente tem que se aceitar do jeito que a gente é. Como se diz: ‘Ser feliz, é ser feliz apesar de’. Então apesar de eu não ter a aparência que seria a ideal, digamos assim, eu sou feliz. Apesar de eu não ter todo o dinheiro que eu gostaria, eu sou feliz. Então a gente sempre busca passar essa conscientização para as pessoas também”, alertou Marra. Também é importante cautela ao escolher o profissional para realizar uma cirurgia plástica. Vale destacar que qualquer procedimento cirúrgico deve ser realizado em um centro especializado, com anestesia adequada a cada intervenção que garanta segurança ao paciente.

Fonte: JP

*Com informações do repórter Daniel Lian